domingo, 21 de outubro de 2007

O que é Mitologia?

A Mitologia é o estudo e interpretação do mito e do conjunto de mitos de uma determinada cultura. O mito é um fenômeno cultural complexo com inúmeros pontos-de-vista. Em geral, mito é uma narrativa que descreve e retrata, em linguagem simbólica, a origem dos elementos básicos e suposições de uma cultura. As narrativas míticas relatam, pôr exemplo, como o mundo começou, como os animais e o homem foram criados, e como certos costumes, atitudes ou formas de atividades humanas se originaram. Quase todas as culturas possuem ou em algum tempo possuíram e viveram sob a influência dos mitos. Os mitos diferem de contos de fada, os quais se referem a um tempo que é diferente do tempo comum. A seqüência de tempo dos mitos é extraordinária - um "outro" tempo - o tempo antes do mundo vir a ser como o conhecemos. Pelo fato dos mitos se referirem a um tempo e lugar extraordinários, a deuses e outros seres sobrenaturais, eles foram vistos como aspectos de ordem religiosa.
Mitologia Grega
Crenças e observações dos antigos rituais gregos, o primeiro povo ocidental, surgindo pôr volta de 2000 a.C.. Consiste principalmente de um grupo de relatos e lendas diversos sobre uma variedade de deuses. A Mitologia grega se desenvolveu plenamente pôr volta de 700 a.C.. Três coleções clássicas de mitos - a Teogonia, pelo poeta Hesíodo, e a Ilíada e Odisséia de Homero - apareceram nesta época. A Mitologia grega tem várias características particulares. Os deuses gregos eram retratados como semelhantes aos humanos em forma e sentimentos. Ao contrário de antigas religiões, como o Hinduísmo ou o Judaísmo, a mitologia grega não envolvia revelações especiais ou ensinamentos espirituais. Também variava largamente na sua prática e crença, com nenhuma estrutura formal, tal como um governo religioso, a exemplo da igreja de nossos dias, e nenhum código escrito, como um livro sagrado.OS DEUSES
APOLO
Filho de Zeus e Leto, filha de um Titã. Na lenda de Homero ele era considerado, principalmente, como o deus da profecia. Seu oráculo mais importante estava em Delfos, o local onde matou a serpente Píton (Sucuri). Às vezes ele concedia o dom da profecia aos mortais que ele amava, tal como a princesa Cassandra, de Tróia. Apolo era músico e encantava os deuses com seu desempenho com a lira. Era também um arqueiro-mestre e excelente corredor, sendo creditada a ele a primeira vitória nos Jogos Olímpicos. Sua irmã gêmea, Ártemis, era a guardiã das virgens e das mulheres jovens, e Apolo era o protetor especial dos rapazes. Era também o deus da agricultura, do gado, da luz e da verdade. Ensinou aos humanos a arte da cura. Alguns contos retratam Apolo como severo e cruel. De acordo com a Ilíada de Homero, Apolo atendeu às orações do sacerdote Crísias para obter a libertação de sua filha das mãos do general grego Agamenon, atirando flechas envenenadas contra o exército grego.
Ele também raptou e possuiu a jovem Creusa, princesa ateniense, e abandonou-a com seu filho que nascera da união. Talvez pôr causa de sua beleza, Apolo era representado com mais freqüência na arte
antiga que qualquer outra divindade.
ARES
Deus da guerra e filho de Zeus, rei dos deuses, e sua esposa, Hera. Os romanos o identificaram com Marte, também um deus da guerra. Ares, sanguinário e agressivo, personificava a natureza brutal da guerra. Era impopular tanto com os deuses quanto com os humanos. Entre as divindades associadas com Ares estavam sua mulher Afrodite, deusa do amor, e divindades menos importantes, como Deimos (o Temor) e Fobos (o Tumulto), que o acompanhavam em batalha. Embora Ares fosse bélico e feroz, não era invencível, mesmo contra os mortais. A adoração de Ares, que se acredita ter origem na Trácia, não se estendia à toda a antiga Grécia, e onde existiu, não tinha importância social ou moral. Ares era uma divindade ancestral de Tebas e tinha um templo em Atenas, aos pés do Areopago, ou Colina de Ares.
ARISTEU
Filho de Apolo e da ninfa Cirene. Era adorado como o protetor dos caçadores, pastores e rebanhos, e como o inventor da apicultura e da arte de cultivar azeitonas. Quando Aristeu tentou seduzir Eurídice, a esposa do célebre músico Orfeu, ela fugiu dele e acabou sendo mortalmente ferida com a picada de uma cobra. As ninfas o puniram fazendo todas as suas abelhas morrerem. Mas ele amenizou as ninfas com um sacrifício de seu gado, de cujas carcaças emergiram novas colmeias de abelhas. Aristeu era conhecido nas artes da cura e da profecia, e vagou pôr muitas terras para compartilhar seu conhecimento e curar doentes. Era largamente venerado como um deus beneficente e freqüentemente era representado como um pastor juvenil carregando um cordeiro.
ASCLÉPIO
O deus da medicina. Era filho de Apolo e da virgem Coronis, da Tessália. Zangado porque Coronis era infiel a ele, Apolo matou-a e arrancou o nascituro Asclépio de seu ventre. Mais tarde ele enviou Asclépio ao centauro Quíron para ser educado. Asclépio aprendeu com Quíron a arte da cura e logo se tornou um grande médico. Pôr Asclépio ameaçar a ordem natural das coisas e pôr ressuscitar os mortos, Zeus o matou com um trovão. O culto à Asclépio centralizou-se em Epidauro, mas era popular pôr todo o mundo Greco-Romano. Os santuários de Asclépio funcionavam como refúgios para restabelecer a saúde, onde regimes terapêuticos tais como exercícios e dietas eram prescritos. A prática mais importante associada com as curas era o ritual da incubação, em que as pessoas aflitas eram adormecidas dentro de um templo ou cerco sagrado na esperança de que o deus viesse ter com eles em seus sonhos e prescrevesse a cura para suas doenças.
DIONISÍO
Deus do vinho e da vegetação, que mostrou aos mortais como cultivar as videiras e fazer vinho. Filho de Zeus, Dionísio normalmente é caracterizado de duas maneiras. Como o deus da vegetação - especificamente das árvores frutíferas - ele freqüentemente é representado em vasos bebendo em um chifre e com ramos de videira. Ele eventualmente tornou-se o popular deus do vinho e da alegria, e milagres do vinho eram repetidamente representados em certo festivais de teatro em sua homenagem. Dionísio também é caracterizado como uma divindade cujos mistérios inspiraram a adoração ao êxtase e o culto às orgias. As bacantes era um grupo de devotos femininos que deixavam seus lares para vagar de maneira errante em busca de êxtase em devoção à Dionísio. Usavam peles de veado e a eles eram atribuídos poderes ocultos. Dionísio era bom e amável àqueles que o honravam, mas trazia loucura e destruição para aqueles que desprezavam as orgias a ele dedicadas. De acordo com a tradição, Dionísio morria a cada inverno e renascia na primavera. Para seus seguidores, este renascimento cíclico, acompanhado pela renovação da terra com o reflorescer das plantas e a nova frutificação das árvores, personificavam a promessa da ressurreição de Dionísio. Os rituais anuais em homenagem à ressurreição de Dionísio gradualmente foram se desenvolvendo no drama grego, e importantes festivais eram celebrados em honra do deus, durante os quais grandes competições dramáticas eram conduzidas. O festival mais importante, as Dionisíacas, era celebrado em Atenas pôr cinco dias a cada primavera. Foi para estas celebrações que os dramaturgos Ésquilo, Sófocles, e Eurípides escreveram suas grandes tragédias. Pôr volta do século V a.C., Dionísio era também conhecido entre os gregos como Baco, um nome que se referia aos altos brados com os quais Dionísio era adorado nas orgias, ou mistérios dionísicos. Estas celebrações frenéticas, que provavelmente se originaram em festivais primaveris, ocasionalmente traziam libertinagem e intoxicações. Esta foi a forma de adoração pela qual Dionísio tornou-se popular no século II a.C., na Itália, onde os mistérios dionísicos eram chamados de Bacanália. As indulgências das Bacanálias tornaram-se extrema, e as celebrações foram proibidas pelo Senado Romano em 186 a.C.. Entretanto, no século I d.C. os mistérios dionísicos eram ainda populares, como se evidencia em representações encontradas em sarcófagos gregos.
ÉOLO
Nome de duas figuras mitológicas. Era melhor conhecido como o deus dos ventos. Vivia em Eólia, uma ilha flutuante, com seus seis filhos e seis filhas. Zeus tinha lhe dado o poder de acalmar e despertar os ventos. Quando o herói grego Odisseu (Ulisses) visitou Éolo, ele foi recebido como um convidado de honra. Como presente de Éolo, ao partir, Odisseu (Ulisses) recebeu dele um vento favorável e uma sacola de couro repleta com todos os ventos. Os marinheiros de Odisseu (Ulisses), pensando se tratar de uma sacola com ouro, abriram-na e a costa foi imediatamente varrida pêlos ventos. Depois disso, Éolo se recusou a ajudá-los novamente. Outro Éolo na mitologia grega foi o rei da Tessália. Era o filho de Heleno, antepassado dos Helenos, os primeiros habitantes da Grécia. Éolo era o antepassado dos gregos Eólios.
EROS
O deus do amor e relativo do Cupido romano. Na mitologia antiga, era representado como uma das forças primitivas da natureza, o filho do Caos, e a encarnação da harmonia e do poder criativo do universo. Logo, entretanto, passou a ser visto como um rapaz intenso e bonito, assistido pôr Pótos ( "ânsia") ou Hímero ( "desejo"). Mais tarde a mitologia transformou-o no auxiliar constante de sua mãe, Afrodite, a deusa do amor. Na arte grega, Eros era retratado como um jovem alado, ligeiro e bonito, freqüentemente com olhos cobertos para simbolizar a cegueira do amor. Às vezes ele carregava uma flor, mas mais comumente um arco de prata e flechas, com o qual ele atirava dardos de desejo contra o peito de deuses e homens. Nas lendas e na arte romana, Eros degenerou numa criança maligna e freqüentemente era retratado como um bebê arqueiro.
HADES
Deus dos mortos. Era filho dos Titãs Cronos e Réia, e irmão de Zeus e Possêidon. Quando os três irmãos dividiram o universo depois de terem deposto seu pai, Cronos, do trono, à Hades foi concedido o mundo subterrâneo. Aí, com sua rainha, Perséfone, que ele havia raptado do mundo superior, determinou o reino dos mortos. Embora fosse um deus impiedoso e severo, o qual não atendia à nenhuma oração ou sacrifício, não era mau. Aliás, era conhecido também como Pluto, senhor dos ricos, porque tanto colheitas como metais preciosas acreditava-se provirem de seu reino inferior. O mundo subterrâneo freqüentemente era chamado de Hades. Foi dividido em duas regiões: o Érebo, pôr onde os mortos passavam imediatamente após a morte, e Tártaro, a região mais profunda, onde os Titãs haviam sido aprisionados. Era um lugar infeliz e sombrio, habitado pôr formas vagas e sombras, além de ser cuidadosamente guardado pôr Cérbero, o cão de três cabeças e cauda de dragão. Rios sinistros separavam o mundo subterrâneo do mundo superior, e o velho barqueiro Caronte transportava as almas dos mortos através destas águas. Em algum lugar na escuridão do mundo subterrâneo estava localizado o palácio de Hades. Era representado como um lugar lúgubre, escuro e repleto de portões, repleto de convidados do deus e colocado no meio de campos sombrios uma paisagem assombrosa. Em lendas posteriores o mundo inferior é descrito como o lugar onde os bons são recompensados e os maus são punidos.
HEFAÍSTO
Deus do fogo e dos trabalhos manuais, filho de Zeus e Hera, ou às vezes apenas o filho de Hera. Em contraste com os outros deuses, Hefaístos era manco e desajeitado. Logo após seu nascimento ele foi expulso do Olimpo, ou pôr Hera, devido a sua deformidade, ou pôr Zeus, porque Hefaístos colocou Hera contra Zeus. Outras lendas, entretanto, contam que ele era venerado no Olimpo e foi casado com Afrodite, deusa do amor, ou com Aglaia, uma das três Graças. Como artesão entre os deuses, Hefaístos fabricava armaduras, armas e jóias. Sua oficina acreditava-se estar sobre o Monte Etna, um vulcão da Sicília. Hefaístos freqüentemente é identificado com o deus do fogo romano, Vulcano.
HÉLIO
Antigo deus sol, filho dos Titãs Hiperião e Téia, e irmão de Selene, deusa da lua, e Eos, deusa da alvorada. Acreditava-se que Hélio andava diariamente em sua carruagem dourada através dos céus, dando luz aos deuses e aos mortais. À noite ele mergulhava no oceano ocidental, do qual ele era carregado numa taça dourada para seu palácio no leste. Hélio sozinho podia controlar os cavalos ferozes que puxavam sua carruagem ardente. Quando seu filho Faetonte convenceu Hélio a deixá-lo guiar a carruagem através do céu, Faetonte morreu. Como é o único deus que pode ver toda a Terra do alto do céu, é o único que tudo sabe, e informa aos outros sobre certos segredos; e foi justamente pôr ter revelado a Hefaístos que Afrodite o traía com Ares que a deusa vingou-se dele, inspirando paixões funestas em seus descendentes: em sua filha Pasifaé e suas netas Ariadne e Fedra. Hélio foi largamente adorado pôr todo o mundo grego, mas seu principal culto estava em Rodes. Uma das Sete Maravilhas do Mundo, o Colosso de Rodes, era uma representação de Hélio.
HERMAFRODITO
Filho de Hermes e Afrodite, cujos nomes compõe o seu. De uma enorme beleza, inspirou forte paixão à ninfa Salmácis, que pediu aos deuses para nunca mais se separarem; estes juntaram os dois amantes em um só corpo, criando um andrógino, isto é, um ser dotado de dois sexos.
HERMES
Mensageiro dos deuses, filho de Zeus e de Maia, a filha do Titã Atlas. Como servente especial de Zeus, Hermes tinha sandálias com asas, um chapéu alado e um caduceu dourado, ou vara mágica, entrelaçado pôr cobras e coroado com asas. Conduzia as almas dos mortos ao mundo inferior e acreditava-se possuir poderes mágicos sobre o sono e os sonhos. Hermes era também o deus do comércio e o protetor dos comerciantes e dos rebanhos. Como a divindade dos atletas, ele protegia os ginásios e estádios e atribuía-se a ele a responsabilidade pela fortuna e a riqueza. Apesar de sua característica virtuosa, ele era também um inimigo perigoso, astuto e ladrão. No dia de seu nascimento ele roubou o gado de seu irmão, o deus Apolo, obscurecendo sua trilha e fazendo o rebanho caminhar devagar, atrasando-o. Quando inquirido pôr Apolo, Hermes negou o roubo. Os irmãos finalmente se reconciliaram quando Hermes deu a Apolo sua mais nova invenção: a lira. Hermes foi representado na arte grega como um homem barbudo e adulto; na arte clássica ele era representado com uma juventude atlética, nu e sem barba.
HIMENEU
Deus do casamento, filho de Apolo. Personificação do cantos nupciais.
HIPNOS
Deus do sono, filho de Érebo e da Noite e irmão gêmeo de Thanatos, a Morte.
MORFEU
Deus dos sonhos, filho de Hipnos, deus do sono. Morfeu formava os sonhos que vinham para aqueles que adormeciam. Ele também representava seres humanos em sonhos.
NEREU
Deus do mar, filho do deus do mar Ponto e Géia, a Mãe-Terra, conhecido como o velho homem do mar. Foi casado com Dóris, uma das filhas do Titã Oceano, com quem teve 50 lindas filhas, as ninfas do mar, conhecidas como Nereidas. Nereu vivia no fundo do mar.
ORFEU
Poeta e músico filho da musa Calíope e Apolo, deus da música, ou Eagro, rei da Trácia. Recebeu a lira de Apolo e tornou-se um músico tão perfeito que não havia nenhum mortal capaz de ser melhor do que ele. Quando Orfeu tocava e cantava, movia todos os seres animados e inanimados. Sua música encantava árvores e pedras, domesticava animais selvagens, e até mesmo os rios mudavam o seu curso na direção da música do jovem. Orfeu é mais conhecido pelo seu casamento com a adorável ninfa Eurídice. Logo depois do casamento a noiva foi picada pôr uma vespa e morreu. Triste com a perda, Orfeu resolveu ir ao mundo subterrâneo e tentar trazê-la de volta, algo que nenhum mortal jamais havia feito. Hades, o soberano do mundo subterrâneo, ficou tão satisfeito com sua música que devolveu Eurídice a Orfeu com a condição de que ele não olharia para trás até que alcançassem a superfície. Orfeu não conseguiu controlar sua avidez, e assim que alcançou a luz do dia, ele olhou para trás muito rapidamente, e Eurídice, que vinha logo atrás, desapareceu. Em desespero, Orfeu abandonou a companhia humana e vagou pelas selvas, tocando para pedras, árvores e rios. Finalmente, um bando de violentas mulheres da Trácia, que eram seguidoras de Dionísio, atacou o músico e o mataram. Quando jogaram sua cabeça decepada no rio Hebrus, ele continuou a chamar pôr Eurídice, e finalmente foi carregado à orla de Lesbos, onde as Musas o enterraram. Depois da morte de Orfeu, sua tornou-se a constelação de Lira.
PAN
Deus dos bosques, dos campos e da fertilidade, filho de Hermes, mensageiro dos deuses, e da ninfa Dríope. Era metade animal, metade homem, com chifres, membros inferiores, cascos e orelhas de bode. Era uma divindade travessa, o deus dos pastores e rebanhos. Um músico maravilhoso, acompanhava com sua flauta, as ninfas da floresta quando elas dançavam. O deus era galanteador, mas sempre rejeitado pôr causa de sua feiura. Pan assombrava as montanhas e cavernas e todos os lugares selvagens, mas seu local predileto era a Arcádia, onde nasceu. A palavra "pânico" se supõe derivar dos temores de viajantes que ouviam o som de sua flauta durante a solidão noturna.
POSSÊIDON
Possêidon, deus do mar, filho dos Titãs Cronos e Réia, e irmão de Zeus e Hades. Possêidon era o marido de Anfitrite, uma das Nereidas, com quem ele teve um filho, Tritão.
Entretanto, Possêidon teve inúmeros outros casos de amor, especialmente com ninfas de riachos e fontes, e teve filhos conhecidos pela sua selvageria e crueldade, entre eles o gigante Orion e o Ciclope Polífemo. Possêidon e Górgona Medusa eram os pais de Pégaso, o famoso cavalo alado. Possêidon aparece proeminentemente em inúmeros mitos antigos e lendas. Disputou sem sucesso com Atena, deusa da sabedoria, pelo controle de Atenas. Quando ele e Apolo, deus da música, foram enganados de receber suas recompensas depois de terem ajudado Laomedonte, rei de Tróia, a construir os muros da cidade, a vingança de Possêidon contra Tróia não teve limites. Ele enviou um terrível monstro marinho para devastar a terra, e durante a Guerra de Tróia ele ajudou os gregos. Na arte, Possêidon é representado como uma figura majestosa e barbada, segurando um tridente e freqüentemente acompanhado pôr um golfinho. Os Romanos identificaram Possêidon com seu deus do mar, Netuno.
PRÍAPO
Deus da fertilidade, protetor dos jardins e dos rebanhos. Era filho de Afrodite, deusa do amor, e de Dionísio, deus do vinho, ou, de acordo com algumas lendas, de Hermes, mensageiro dos deuses. Foi deformado, ao nascer, pôr Hera, que tinha ciúmes de sua mãe. Era comumente representado como um indivíduo grotesco com um falo enorme.
URANO
Deus dos céus e marido de Géia, deusa da terra. Urano era o pai dos Titãs, dos Ciclopes e dos Gigantes de Cem-Mãos. Os Titãs, liderados pôr seu regente, Cronos, destronaram Urano e o mutilaram, e do sangue que caiu sobre a terra criou as Erínias (ou Fúrias), que se vingavam dos crimes de patricídio, matricídio e perjúrio. Embora Urano pudesse ter sido adorado como um deus pêlos primeiros habitantes da Grécia, ele nunca foi objeto de adoração pêlos gregos no que diz respeito ao período histórico.
ZEUS
Deus do céu e regente dos deuses do Olimpo. Zeus corresponde ao deus Júpiter Romano. Zeus foi considerado, de acordo com Homero, o pai dos deuses e dos mortais. Ele não criou qualquer um dos deuses nem dos mortais. Era seu pai no sentido de ser o protetor e regente tanto da família do Olimpo quanto da raça humana. Era o senhor do céu, o deus da chuva, e o ceifeiro das nuvens, aquele que detinha o terrível trovão. Seu pássaro era a águia, sua árvore o carvalho. Zeus presidia sobre os deuses no Monte Olimpo, na Tessália. Seus principais relicários estavam em Dódona, em Epiros, a terra das árvores de carvalho e o relicário mais antigo, famoso pôr seu oráculo, em Olímpia, onde os Jogos do Olimpo eram celebradas em sua honra a cada quatro anos. Zeus era o filho mais jovem do Titã Cronos e Réia, e o irmão das divindades Possêidon, Hades, Héstia, Deméter e Hera. De acordo com um dos mitos antigos do nascimento de Zeus, Cronos, temendo que ele talvez fosse destronado pôr um de seus filhos, engolia-os assim que nasciam. Quando do nascimento de Zeus, Réia embrulhou uma pedra com os cueiros de criança e deu-a a Cronos para que engolisse pensando que fosse seu filhos, e ocultou o deus infante em Creta, onde foi alimentado com o leite da cabra Amaltéia e criado pôr ninfas. Quando Zeus chegou à maturidade, ele forçou Cronos a vomitar as outras crianças, que estavam ávidas para se vingar de seu pai. Na guerra que se seguiu, os Titãs lutaram ao lado de Cronos, mas Zeus e os outros deuses foram bem sucedidos, e os Titãs foram confinados no abismo do Tártaro.
Zeus, a partir de então, dominou o céu, e a seus irmãos Possêidon e Hades foi conferido o poder para dominar o mar e o mundo subterrâneo, respectivamente.
A terra seria governada em comum pôr todos os três. Para Homero, Zeus era imaginado de duas maneiras diferentes. É representado como o deus da justiça e da misericórdia, o protetor dos fracos e o punidor do mau. Como marido de sua irmã Hera, ele é o pai de Ares, o deus da guerra; Hebe, a deusa da juventude; Hefaístos, o deus do fogo; e Ilíthia, deusa do parto. Ao mesmo tempo, Zeus é descrito como um deus que se apaixona pôr uma mulher a cada instante e usando de todos os artifícios para esconder sua infidelidade da esposa. Os relatos de suas travessuras eram numerosos na mitologia antiga, e muitos de seus filhos eram o produto de seus casos de amor tanto com deusas quanto com mulheres mortais. Acredita-se que, com o desenvolvimento de um sentimento de ética na vida grega, a idéia de um deus lascivo, algumas vezes um ridículo deus-pai tornava-se desagradável, e então as lendas posteriores tenderam a apresentar Zeus com uma luz mais gloriosa. Seus muitos casos com mortais às vezes são explicados como o desejo dos primeiros gregos a traçar sua linhagem até o pai dos deuses. A imagem de Zeus era representada na escultura como a figura de um rei barbado. A mais célebre de todas as estátuas de Zeus era a colossal em ouro e marfim feita pôr Fídias, em Olímpia. Adorações e Crenças
A mitologia grega realçava a fraqueza humana em contraste ao grandes e terríveis poderes da natureza. Os Gregos acreditavam que seus deuses, que eram imortais, controlavam todos os aspectos da natureza. Assim os gregos reconheciam que suas vidas eram completamente dependentes da boa vontade dos deuses. Em geral, as relações entre as pessoas e deuses eram consideradas amigáveis. Mas os deuses empregavam castigos severos a mortais que mostravam comportamento inaceitável, tal como o orgulho indulgente, a ambição extrema, ou mesmo a prosperidade excessiva. A mitologia estava interligada a cada aspecto da vida grega. Cada cidade se devotou a um deus particular ou para um grupo de deuses, para quem os cidadãos freqüentemente construíam templos de adoração. Em festivais e outras reuniões oficiais, poetas recitavam ou cantavam grandes lendas e histórias. Muitos gregos aprenderam sobre os deuses através das palavras dos poetas. Os gregos também aprendiam sobre os deuses através de diálogos em família, onde a adoração era comum. Partes diferentes dos lares eram dedicadas a certos deuses, e as pessoas ofereciam orações a esses deuses regularmente. Um templo de Zeus, pôr exemplo, podia ser colocado no pátio da casa, enquanto Héstia era ritualmente honrada dentro do lar. Embora os gregos não tivessem nenhum organização religiosa oficial, eles universalmente honravam certos lugares sagrados. Delfos, pôr exemplo, era um local sagrado dedicado a Apolo. Um templo construído em Delfos continha um oráculo, de quem os viajantes corajosos interrogavam a cerca do futuro. Um grupo de sacerdotes representava cada um dos locais sagrados. Estes sacerdotes interpretavam as palavras do deus mas não possuíam qualquer conhecimento especial nem poder. Além de orações, os gregos freqüentemente ofereciam sacrifícios aos deuses, normalmente de um animal doméstico, como carneiros, pôr exemplo.
Principais Deuses
Os gregos acreditavam que os deuses haviam escolhido o Monte Olimpo, numa região conhecida pôr Tessália, como seu lar. No Olimpo, os deuses formavam uma sociedade que era classificada quanto à autoridade e poder. Entretanto, os deuses tinham liberdade para vagar livremente, e deuses individuais eram associados a três domínios principais - o céu ou paraíso, o mar e a terra. Os doze deuses chefes, usualmente chamados de olimpianos eram Zeus, Hera, Hefaístos, Atena, Apolo, Ártemis, Ares, Afrodite, Héstia, Hermes, Deméter e Possêidon. Zeus era o chefe dos deuses, e o pai espiritual dos deuses e das pessoas. Hera, sua esposa, era a rainha do paraíso e a guardiã do casamento. Outros deuses eram associados ao paraíso, como Hefaístos, deus do fogo e das artes manuais; Atena, deusa da sabedoria e da guerra; Apolo, deus da luz, da poesia e da música; Ártemis, deusa da caça; Ares, deus da guerra; Afrodite, deusa do amor; Héstia, deusa do coração e da chama sagrada; Hermes, mensageiro dos deuses e senhor das ciências e das invenções. Possêidon era o senhor do mar que, junto com sua esposa Anfitrite, originou um grupo de deuses do mar menos importantes, como as nereidas e Tritão. Deméter, a deusa da agricultura, era associada com a terra. Hades, um deus importante mas que geralmente não era considerado um olimpiano, governava o mundo subterrâneo, onde ele vivia com sua esposa Perséfone. O mundo subterrâneo era um lugar escuro e triste, localizado no centro da terra. Era povoado pêlos espíritos das pessoas que morriam. Dionísio, deus do vinho e do prazer, estava entre os deuses mais populares. Os gregos devotavam muitos festivais para este deus , em algumas regiões ele se tornou tão importante quanto Zeus. Ele freqüentemente era acompanhado pôr um exército de deuses fantásticos, incluindo centauros e ninfas. Centauros tinham a cabeça e o torso humanos e o corpo de cavalo. As belas e charmosas ninfas assombravam os bosques e florestas.
OS CENTAUROS
Uma raça de monstros que acredita-se ter habitado as regiões montanhosas da Tessália e da Arcádia. Eles normalmente eram representados como humanos até a cintura, com o tronco e as pernas de um cavalo. Os centauros eram caracterizados pôr selvagerias e violência; eram conhecidos pôr sua embriaguez e cobiça e freqüentemente eram retratados como seguidores de Dionísio, o deus do vinho. Os centauros foram seguiam da Tessália quando, num furor de bebedeira, tentaram raptar a noiva do rei de Lápito de sua festa de casamento. Uma exceção a seu comportamento bestial era o Centauro Quíron, que se destacava pela sua bondade e sabedoria. Vários heróis Gregos, como Aquiles e Jasão foram educados pôr ele. O CÃO CÉRBERO
Um cachorro com três cabeças e cauda de dragão que vigiava a entrada do Hades, ou mundo inferior. O monstro permitia a todos os espíritos que entrassem no Hades, mas não permitia a nenhum sair de lá. Apenas alguns heróis escaparam da guarda de Cérbero: o grande músico Orfeu encantou-o com sua lira, e Héracles capturou-o completamente desarmado e o trouxe pôr um curto período de tempo para as regiões superiores ao Hades. Na mitologia romana, a linda virgem Psiquê e o príncipe troiano Enéias foram capazes de pacificar Cérbero com um bolo de mel e assim continuar sua viagem pelo mundo inferior. Às vezes Cérbero é representado com uma juba de serpente e 50 cabeças.
OS CÍCLOPES
Gigantes com um olho enorme no meio da testa. No Hesíodo, os três filhos Arges, Brontes, e Steropes de Urano e Gaia, a personificação do céu e da terra, eram Ciclopes. Foram lançados no mundo inferior pôr seu irmão Cronos, um do Titãs, depois que ele destronou Urano. Mas o filho de Cronos, Zeus, libertou os Ciclopes do mundo inferior e eles, em gratidão, deram-lhe os presentes do trovão e do relâmpago com os quais derrotou Cronos e os Titãs e assim tornou-se senhor do universo. Na Odisséia de Homero, os Ciclopes eram pastores que viviam na Sicília. Eram selvagens e canibais que não temiam nem os deuses nem os humanos.
Odisseu foi capturado com seus homens na caverna do Ciclope Polífemo, um filho de Possêidon, deus do mar. Para escapar da caverna depois do gigante ter devorado vários homens, Odisseu (Ulisses) cegou-o.
A ESFINGE
Monstro com cabeça e seios de mulher, corpo de leão e asas de pássaro. Permanecendo agachada à uma pedra, ela ia ao encontro de todo aquele que estava prestes a entrar na cidade de Tebas, apresentando-lhe uma charada: "o que é que tem quatro pés de manhã, dois ao meio dia, e três à noite?" Aquele que não respondesse à sua questão era devorado pôr ela. Quando o herói Édipo solucionou a charada, respondendo: "o homem, que engatinha quando bebê, anda ereto quando adulto e caminha com a ajuda de uma bengala na velhice", a Esfinge se matou. Pôr livrar Tebas deste terrível monstro, Édipo foi consagrado rei pelo povo da cidade. GÓRGONAS
Três filhas monstruosas do deus do mar Fórcis e sua esposa, Ceto. As Górgonas eram horríveis, com a forma de dragão, cobertas com escamas douradas e cobras ao invés de cabelos. Tinham asas enormes e faces horrendas; suas línguas estavam sempre pendentes para fora, e tinham dentes grandes como presas. Viviam escondidas na extremidade ocidental do oceano, pois as pessoas que olhassem para elas se transformavam em pedra. Duas das Górgonas, Steno e Euríala, eram imortais; Medusa era a única que podia ser morta. Perseu, um rapaz nobre mas tolo, ofereceu-se para matar a Medusa e trazer sua cabeça como prova. Com a ajuda de Hermes e Atena, Perseu mostrou-lhe um espelho. Ao ver sua própria imagem, Medusa transformou-se em pedra. Perseu cortou sua cabeça e, de seu sangue surgiu Pégaso, o cavalo alado, filho de Medusa com o deus Possêidon.
A HIDRA DE LERNA
Monstro de nove-cabeças que vivia num pântano próximo à Lerna, na Grécia. Uma ameaça para todos em Argos, ela tinha um fôlego fatalmente venenoso e quando uma cabeça era cortada, cresceu outras dois em seu lugar; só a cabeça central era imortal. Héracles, enviado para matar a serpente como o segundo de seus 12 trabalhos, conseguiu matá-la queimando suas oito cabeças mortais e enterrando a nona sob uma pedra enorme. O termo hidra é comumente aplicado a qualquer situação complexa ou para problemas que continuamente apresenta dificuldades compostas.
O MINOTAURO
Monstro com cabeça de touro e corpo de homem. Era o filho de Pasifaé, rainha de Creta, e um touro branco que Possêidon tinha enviando a seu marido, o rei Minos. Quando este se recusou a sacrificar a besta, Possêidon fez com que Pasifaé se apaixonasse pelo animal. Depois do nascimento do Minotauro, Minos mandou o arquiteto e inventor Dédalo construir um labirinto tão complexo que a fuga dele sem qualquer ajuda seria impossível. Ali o Minotauro foi confinado e era alimentado com as jovens vítimas humanas que Minos forçava Atenas a lhe enviar como atributo. O herói grego Teseu estava determinado a acabar com o sacrifício inútil e se ofereceu como uma das vítimas. Quando Teseu chegou à Creta, Ariadne, filha de Minos, se apaixonou pôr ele. A jovem ajudou-o a escapar do Minotauro, dando-lhe um novelo de lã cuja ponta ele amarrou à porta do labirinto e desenrolava à medida que caminhava através do labirinto. Quando encontrou o Minotauro adormecido, ele matou o monstro e então conduziu os outros jovens sãos e salvos para a saída, enrolando novamente a lã desfiada. A QUIMERA
Monstro com cabeça de leão, corpo de bode, cauda de dragão e que vomitava fogo. A Quimera aterrorizava a Lícia, uma região na Ásia Menor, mas finalmente foi morta pelo herói grego Belerofonte. Scylla e CharybdesDois monstros do mar que permaneciam em lados opostos de um, a personificação dos perigos da navegação próxima às pedras e redemoinhos. Scylla era uma criatura horrível com 12 pés e 6 longos pescoços, tendo uma cabeça em cada um com 3 filas de dentes, com os quais ela devorava qualquer vitima que viesse a alcançar. Vivia numa caverna num despenhadeiro. Através do estreito, oposto a ela, havia uma grande figueira sob a qual Charybdes,
o redemoinho d'água, sugava e vomitava as águas do mar três vezes pôr dia, engolfando qualquer coisa que estivesse próxima. Quando Odisseu (Ulisses) passou entre eles, o herói conseguiu evitar Charybdes, mas Scylla prendeu seis homens de seu navio e devorou-os. Tempos depois, a posição geográfica desta perigosa passagem acreditava se tratar do Estreito de Messina, entre a Itália e a Sicília. Scylla, originalmente uma linda virgem amada pôr um deus de mar, tinha sido transformada num monstro pôr sua rival ciumenta, a feiticeira Circe. Mitologia Romana
O êxito de Roma enquanto potência política foi devido, fundamentalmente, à sua posição geográfica. Localizada nas margens do Tibre, o rio principal da Itália central, não somente controlava as rotas comerciais do norte e do sul, mas também o comércio ao longo do rio propriamente dito. Quando estabeleceu um porto águas abaixo, em Óstia, expandiu os seus interesses pôr todo o Mediterrâneo.
O fato de estar localizada no centro fez Roma o ponto de convergência de diversas tradições. Imediatamente para o norte se encontravam as cidades etruscas de Vulci, Tarquínia e Veies, culturalmente mais avançadas que Roma. Para o sul, dobrando a baía de Nápoles, erguiam-se as cidades mais próximas fundadas pêlos colonizadores gregos.
Fundiram-se ao menos duas comunidades para criar a cidade original de Roma, acontecimento que é provavelmente celebrado na lenda do rapto das Sabinas. Rômulo, fundador de Roma, decidiu superar a escassez de mulheres que sofriam os seus súditos aprisionando as esposas e suas filhas das tribos sabinas vizinhas durante uma celebração religiosa. Como era de se prever, os homens despossuídos retornaram em grande número e assediaram a cidade. Quando os romanos fugiram, covardes, Rômulo suplicou ajuda a Júpiter. O deus fez com que as seqüestradas se queixassem que não podiam ficar quietas e ver como os seus parentes se matavam entre si. Desta forma, romanos e sabinos concordaram em se unir em única federação.
Rômulo e seu irmão gêmeo, Remo, eram descendentes de um antigo rei que tinha sido destronado. O usurpador tinha obrigado à mãe deles, Rea Sílvia, a se tornar uma vestal com o propósito de pôr fim a essa linhagem real. O historiador Tito Lívio escreveu sobre esse acontecimento: "Mas a fundação da nossa grande cidade estava nas mãos das Parcas e o início do nosso imenso Império se deveu à proteção dos deuses. Rea Sílvia foi violentada e pariu gêmeos. Declarou que o pai desconhecido era Marte... Talvez acreditasse nisso realmente ou achou melhor simular que um deus era o causador da desgraça." O usurpador fez com que os gêmeos fossem lançados ao Tibre, mas forma resgatados, primeiro pôr uma loba e um pica-pau (animais sagrados para Marte) e depois pôr um pastor que os criou na sua fazenda. Mais tarde, os filhos de Rea Sílvia devolveram o trono ao pai dela. Ao chegarem à idade adulta decidiram fundar uma cidade no lugar onde tinham sido salvos. De qualquer forma, o projeto foi frustrado pôr uma disputa na qual Rômulo matou Remo.
A crescente riqueza de Roma atraiu rapidamente famílias etruscas. Este povo, que era influenciado grandemente pêlos gregos, levou consigo a escrita, a adivinhação, a engenharia civil, o trabalho do metal e um alfabeto que os romanos copiaram.
Os colonos etruscos se integraram rapidamente e participaram de um setor dominante da classe governante. No final do século 7 a.C. os reis etruscos ocuparam o trono romano.
Uma das grandes lendas romanas lembra o declínio de Tarquinio, o Soberbo, o último rei etrusco, em 510 a.C. A violação de Lucrécia pôr Sexto, filho daquele rei, provocou a queda da monarquia. Lucrécia preferiu matar-se para não viver tamanha desonra. Em conseqüência, os nobres romanos se rebelaram e instauraram a República.
Pôr regra geral, as lendas romanas destacam o dever e a valentia como virtudes decisivas. Herói típico desses tempos primitivos foi Horácio Cocles, solitário defensor da única ponte que cruzava o Tibre durante o assédio etrusco. Uma vez vencidos os etruscos, os romanos se concentraram na derrota de Cartago - o grande assentamento comercial fenício no norte da África - e passaram a ser donos do Mediterrâneo. As disputas entre os estados gregos permitiram que Roma conquistasse a Macedônia, no norte da Grécia, e que depois anexasse toda a Grécia.
As colônias pré-helênicas da Sicília e da península italiana já tinham introduzido os romanos em uma mitologia mais evoluída que a sua. A conquista da Grécia pôr parte de Roma completou o processo de assimilação e tornou quase indiscerníveis os deuses gregos e os romanos. À fusão dos panteões contribuiu o fato de que os romanos jamais haviam pensado nos seus deuses em termos humanos, mas bem os viam como personificações das forças naturais.
Somente em um caso Roma manteve a sua independência mitológica. Trata-se da história de Enéias, o herói fundador. A celebração de Enéias alcançou o seu maior momento na vida de Augusto, o primeiro imperador romano (63 a.C. – 14 d.C). As Enéadas, o poema épico de Virgílio, parece quase uma justificação do Império.

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