sábado, 27 de outubro de 2007

Mitologia Mesopotâmica

A Mesopotâmia compreendia o extremo sul da planície que se estende entre os rios Tigre e Eufrates, que atualmente é chamado de Iraque. O terreno semidesértico necessitava do regadio, ao mesmo tempo em que a quase ausência de madeira e pedras levou que os edifícios fossem construídos com tijolos.
Os primeiros assentamentos se deram pôr volta de 4500 anos antes de Cristo, nas proximidades do Golfo Pérsico. Os seus habitantes foram os sumérios, um povo conhecido pôr sua criatividade. A complexa religião e mitologia da antiga Mesopotâmia foi uma invenção sumeriana. Arraigou-se e prosperou nas cidades que se desenvolveram, a partir do séc. 3 a.C., nos assentamentos primitivos. Muitas cidades ainda tinham nomes sumérios reconhecíveis em época posterior, o que apenas demonstra uma continuidade do povoamento. Do mesmo modo, apesar de ter sido inundada pôr vindas sucessivas dos semitas - sobretudo babilônios e assírios, a tradição cultural sumeriana se manteve praticamente intocada. Os semitas assimilaram a filosofia suméria e lhe incorporaram características próprias.
Até a conquista de Alexandre, o Grande, rei da Macedônia, no século 4 a.C., a tendência religiosa era a evolução das deidades nacionais. Tanto Marduk, deus babilônio, como Assur, deus assírio da guerra, foram considerados potências supremas do universo em vez de serem vistos como membros de um panteão que controla as forças naturais.
A religião mesopotâmica se origina da veneração dos fenômenos naturais. Parece que, ao princípio, os sumérios imaginaram algumas dessas forças como tendo forma animal, mas posteriormente preferiram a forma humana como modo de representar os deuses.
Gradualmente, os deuses se aproximaram aos seres humanos e entraram nos templos construídos em sua honra. Freqüentemente essas "casas" estavam nos zigurats, imensos montículos artificiais de tijolos secados ao sol. De acordo com a épica babilônica da criação - que leva o nome das primeiras palavras, Enuma elish (Quando do alto...), os homens foram criados somente para aliviar os deuses da carga de trabalho. Este poema da criação explica o dilúvio dizendo que Enlil, deus sumério do ar, já não podia suportar o barulho da cidade onde estava erguido o seu templo.
Depois de inúmeras tentativas para silenciar o povo com a praga, a seca e a infertilidade, Enlil lançou um descomunal dilúvio sobre a terra. Somente sobreviveram a família e os animais do sábio Atrahasis.
A máxima autoridade do panteão era Am (sumério) ou Anú (babilônio), cujo nome significa "céu". Provavelmente os sumérios acreditavam que a vida surgiu do matrimônio entre Am (o céu) e Ki (a terra). Entretanto, no período em que a população da Mesopotâmia se concentrou nas cidades, Enlil - deus de Nuppur – era a deidade mais importante.
A dependência da agricultura intensiva levou à crença que o crescimento das cidades era conseqüência de um presente de Enlil: a enxada. Como os sumérios também consideravam esta deidade como o dono daquele instrumento, o templo possuía e explorava a maior parte das terras irrigadas.
O dever principal do governante temporário era, portanto, salvaguardar os interesses do deus da cidade, dado que a monarquia "descendia do céu" como meio de interpretar a vontade divina perante os homens.
A relação entre os deuses e os governantes se tornam claras nas grandes cerimônias de veneração que aconteciam nas festas das estações. No Ano Novo, pôr exemplo, o monarca personificava o deus em um casamento sagrado com a suma-sacerdotisa, que representava a mãe-terra.
A assembléia dos deuses - autoridade máxima do universo mesopotâmico - se reunia em um canto da antecâmara do templo de Enlil, em Nippur. Salvo pôr motivo do seu próprio julgamento, Enlil costumava executar as decisões da assembléia mediante uma tempestade. Em Enuma Elish se descreve o debate divino mais dramático que se tem registrado. Refere-se à ameaça plantada pôr Tiamat, o dragão babilônico do caos.
Desesperados diante da enormidade das forças que Tiamat tinha colocado contra eles, os deuses escolheram Marduk como governante absoluto. A vitória de Marduk concedeu a liderança da Mesopotâmia à cidade de Babilônia.
De forma diferente ao isolado vale do Nilo dos antigos egípcios, a experiência histórica da planície entre o Tibre e o Eufrates foi turbulenta e esteve impregnadas de mudanças bruscas. As invasões estrangeiras e os conflitos internos se somaram ao caudal irregular dos grandes rios e moldaram uma perspectiva mitológica que deu importância tanto à luta cósmica como ao ordenamento divino do universo.

Um comentário:

Fobos disse...

meu amgio gostei do saite e da postagem, esou escrevendo uma tese, e preciso de fonte nessas area de mitologia, se você poder me indicar alguns livros na area de mitologias, quer seja mesopotamica, quer seja babilonica etc. ficarei grato