terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

ASSÍRIOS

Como a maioria dos povos que reinaram no antigo Oriente Médio, os Assírios, primeiramente um povo de camponeses e guerreiros rudes, tiveram a justiça amplamente baseada no código promulgado no século XVIII a.C., pelo rei Hamurabi, da Babilônia.

A Assíria era essencialmente uma nação de servos que viviam presos à terra que cultivavam; eles podiam ser vendidos juntamente com a propriedade. Deviam obediência à vila mais próxima. Esta, por sua vez, estava presa à cidade pela obrigação de pagar impostos, participar nos festivais religiosos e obedecer os mandatos administrativos. As cidades - dentre as quais as principais eram Assur, Nínive, Erbil e Nimrod - estavam sob a autoridade do rei.

O rei assírio possuía poder absoluto sobre todos os aspectos do governo - econômico, diplomático, político, militar e religioso. Embora reconhecido como humano, acreditava-se que fosse um enviado dos deuses, em especial Assur, a divindade principal. Por isso, o monarca vivia distanciado dos outros mortais: só o superintendente do palácio tinha acesso regular a sua presença. Até mesmo o príncipe herdeiro só tinha permissão para uma audiência se os preságios fossem considerados favoráveis; aos de fora, vendavam-se-lhes os olhos quando iam à presença do soberano. Para o rei, não era tarefa fácil manter satisfeitos os deuses. Estava constantemente submetido a rituais árduos como jejuar e ficar isolado durante uma semana numa cabana de junco verde. Às vezes, os augúrios indicavam que os deuses estavam terrivelmente descontentes. O pior sinal era um eclipse, lunar ou solar, pois supunha-se que pressagiava a morte do monarca. Nesses casos, o rei abdicava do trono temporariamente em favor de um suplente, que assumia a responsabilidade pelo que houvesse irritado os deuses. Depois de cem dias, o rei retornava e tanto o substituto como sua esposa eram executados, supostamente para dar aos deuses a morte do rei como foi predita.

A agressão militar era legitimada pela religião assíria: conquistar era a missão divina dos reis. Além da característica de conquistadores, os assírios eram violentos e costumavam vangloriar-se dos atos sangrentos, faziam do terror e da atrocidade instrumentos de política externa. Antes mesmo de tornarem-se os mais poderosos do oriente, num exemplo precoce do terror que se tornaria marca registrada dos assírios, um soberano chamado Salmanasar I, que reinou de 1274 a 1245 a.C., levou para Assíria, como escravos, 14 mil soldados inimigos derrotados - mas tratou de assegurar-se, antes de tudo, de que seriam dóceis; para isso, cegou-os.

O fiho de Salmanasar I, Tukulti-Nunurta I, cujo reinado começou em 1244 a.C., expandiu o territórrio dos assírios que, a época, já era de mais de 30 mil metros quadrados, que iam dos contrafortes dos Zagros até o Eufrades. Tukulti-Nunurta I escarvizou e levou para Assur, presos com pesadas correntes de cobre no pescoço, os reis de Nairi que comandavam as tribos que viviam nos Zagros, pois estas durante muitos anos vinham atacando a fronteira nordestes da Assíria. Tempos depois esses reis tiveram permissão para voltar para casa como vassalos.

Quando o rei babilônico Kashtiliash resolveu atacar a Assíria, Tukulti-Nunurta venceu o exército babilônico, capturou o atrevido Kashtiliash e, em suas próprias palavras: "pisei com meus pés em seu pescoço real como se estivesse pisando em um estribo". A Babilônia foi saqueada e Tukulti-Ninurta se auto-proclamou seu novo rei. Daí a influência da sofisticada cultura babilônica aumentou.

Quando mais tarde a Babilônia revoltou-se com êxito, acreditou-se em altos círculos assírios que os deuses pilhados anteriormente estavam demonstrando sua ira contra as iniquidades de Tukulti-Ninurta. E assim, de acordo com uma crônica, o rei assírio, que "tinha colocado sua mão maldosa sobre a Babilônia", teve um triste fim: "Seu filho e os nobres da Assíria, rebelaram-se contra ele e arrancaram-no do trono. Aprisionaram-no e mataram-no com uma espada".

Os Assírios

O povo assírio viveu na antiga Mesopotâmia, região compreendida entre os rios Tigre e Eufrates. Sua capital, nos anos mais prósperos, foi Nínive, numa região que hoje pertence ao Iraque. O Império assírio abrange o período de 1700 a 610 a.C. , mais de mil anos.

Os assírios eram ferozes guerreiros e usavam sua grande força militar para expandir seu Império. Libertando-se dos sumérios, conquistaram grande parte do seu território, mas logo caíram em poder dos babilônios, um povo que morava ao Sul da Mesopotâmia. Em 1240 a.C, empreenderam a conquista da Babilônia, e a partir daí começaram a alargar as fronteiras do seu Império até atingirem o Egito, no norte da África. O Império Assírio conheceu seu período de maior glória e prosperidade durante o reinado de Assurbanipal (até 630 a.C). Cobravam pesados impostos dos povos vencidos, o que os levava a revoltarem-se continuamente.

Ainda no reinado de Assurbanipal, já os babilônios se libertaram (em 626 a.C.) e capturaram Ninive. Com a morte de Assurbanipal, a decadência do Império Assírio se acentuou, e em 610 a.C. a última de suas cidades caiu em poder dos invasores.

A escrita dos assírios constituía-se de pequenas cunhas feitas com um estilete em tabuletas de argila — é a chamada escrita cuneiforme. Descobriram-se milhares de tabule­tas na biblioteca de Assurbanipal em Ninive, conhecendo-se grande parte da história do Império Assírio a partir de sua leitura.

Os palácios de Nínive são cobertos de es­culturas em baixo-relevo, representando cenas de batalha e da vida dos assírios. Também por eles sabemos muito da história desse grande Império do passado

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